segunda-feira, junho 02, 2008

Cobertura da Cena - Festival Cuiabanowood premia!


site festival de cinema e vídeo de cuiabá

Por Lenissa Lenza
da Próxima Cena


Eis que chega o dia tão esperado por estrelas, chiques, famosos e os meros mortais. O Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, legítimo Holywood do Cerrado (apesar deste ano ter bem menos pompas, como por ex. a exclusão do tapete vermelho) premiou neste domingo os melhores-alguma-coisa em relação à suas produções audiovisuais.

Bem, o que nos interessa aqui é perceber que o filme (vídeo para os mais conservadores) "O Paradoxo da Espera do ônibus" de Cristhian Caselli (RJ) - ministrante da oficina cinematográfica da 2º SEDA e da oficina do Calango in Vídeo 2007 - conseguiu criar um espaço para o prêmio Paradoxo, da organização, tamanho foi seu feliz desempenho no Festival. No site do Festival (www.cinemaevideocuiaba.org) ainda tem os seguintes dizeres sobre o prêmio, na lista de premiação:

"- Ah, pensando bem este filme foi o mó paradoxo. Neguinho pega desenho tosco, bola narração maneira, tem puta idéia, não tem grana e ainda ganha prêmio. O Júri Oficial de Vídeos do 15º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá confere ao vídeo “Paradoxo da Espera do Ônibus”, de Christian Caselli, o Troféu Coxiponés Prêmio Paradoxo.

Bem, não precisamos nem sequer dizer que por esse argumento, os vídeos do mato dificilmente sairiam da categoria "toscos" e só. Sem idéia, narração, ou produção maneiras. Enfim, o Festival é mesmo um "paradoxo" de contradição.

Mas não é só isso! Vale lembrar que o único filme que não causou nenhum susurro de longe da platéia e nem foi aplaudido, venceu na categoria melhor curta pelo Júri popular. Alphaville d.C de Paulinho Caruso (SP) - idealizador e oficineiro da oficina cinematográfica da 1º SEDA e diretor do video clipe Vanguart (MT), vencedor do festival de cinema de cuiabá de 2007, produzido em conjunto com a Próxima Cena - é o filme em questão. Outra surpresa da nossa Holywood Cuiabana.

Vale ressaltar que até hoje não dá pra entender o porquê do vídeo clipe do Macaco Bong "Noise James", produzido em stop motion, 24 quadros por segundo, contendo uma edição incrível para os padrões cuiabanos e dirigido por Otávio Pacheco (SP) - também ministrante da oficina da 1º SEDA - além de utilizar a banda mato-grossense mais bem pontuada no cenário musical, não foi sequer selcionado para exibição. Outra incógnita do nosso "paradoxal" Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá que preza, logicamente, pela qualidade.

Enfim, dos males o menor. Mais uma vez podemos dizer que a produção independente é a mais vitoriosa e infelizmente é a menos valorizada em Holywood. E por incrível que pareça, são as melhores produções, as mais viáveis e as mais vascularizadas. Bom, é chegada a hora de acabar com tanto conflito e crise de identidade. Talvez seja o momento para um festival de cinema (sem necessidade de destacar o vídeo) INDEPENDENTE. Em que o fomento e a qualificação da cadeia produtiva audiovisual autoral e alternativa, seja a maior premiada.

Não é que um Festival de Cinema e Vídeo que está sempre repetindo a mesma fórmula, não deva existir, mas já tá ficando bem difícil sustentar tanta criatividade viável, do lado fora do eixo holywoodyano.
,)

Nenhum comentário: