quarta-feira, dezembro 10, 2008

3º Semana do audiovisual é o respiro do segmento nos fora-do-eixo

Por Lenissa Lenza
da Próxima Cena






Depois de conferirmos as últimas atividades audiovisuais do Acre, voltamos à Hell City pra conferir a SEmana Do Audiovisual. Em sua terceira edição, a SEDA dá mais uma demonstração de força e respiro do segmento nos fora-do-eixo.

Projetada para ser uma intensa semana de vivência audiovisual aliada a outros segmentos artístico-culturais, a 3º SEDA reforça todas as suas atividades e as transforma em pacotes de seda que qualquer pessoa pode usufruir pagando o que pode e ganhando mais do que poderia esperar.

Com mais de 15 inscrições (sendo este o número limite de vagas), a SEDA chegou hoje à Cc$ 1260,00 cubo cards, o que significa que cada aluno valorou em R$ 84,00 reais em média, o preço da SEDA. A “brincadeira” era fazer com que cada inscrito colocasse o preço que considerasse valer a oficina e pagasse em permuta. Essa transação é uma das facetas do sistema de crédito cubo card, entregue ao método da economia solidária e que faz parte da semana do audiovisual desde a segunda edição. Além das inscrições, o comércio na feirinha e o debate “Como fazer uma economia solidária?” fez parte das atividades potencializadoras do cubo card, se tornando um oferecimento do 5º Pacotinho da SEDA.

Em uma semana dois cineastas nacionais (um de sampa e outro da bahia) tem a missão de realizar como produto da oficina (1º pacotinho de seda), três obras audiovisuais em formato digial. Essas produções formam novos realizadores e os estimulam a aprimorar suas técnicas e o desenvolvimento da cadeia produtiva audiovisual fazendo a interface prática com outros segmentos artísticos. A moda, o teatro, a música e a comunicação também se encontra entre as diversas áreas da interface audiovisual. A quantidade de web tv´s existentes no Circuito Fora do Eixo já dão indicativos dessa interface contínua e resistente.

O Circuito Fora do Eixo inclusive é um dos temas do ciclo de debates que integram o 2º pacotinho promovidos pela SEDA que busca movimentar as discussões acerca do fazer e pensar audiovisual, criando um cenário de intercâmbios e trocas em rede. O Circuito é o exemplo mais eficaz de rede cultural na área musical e a SEDA se propôs a tecer uma rede com ele. Além disso, a economia solidária, o cinema portátil, as tv´s e os cine clubes, compõe o ambiente perfeito para a formação, produção, circulação e distribuição do audiovisual, de maneira contextualizada. Os debates estabelecem os pontos comuns para a construção prática e em conjunto de um cenário que envolve grupos e realizadores do segmento nacional culminando numa verdadeira rede de idéias e ações e traz nomes de peso como Alex Antunes (SP), Talles Lopes (MG) e Pablo Capilé (MT).

As mostras são os shows audiovisuais que difundem obras e realizadores além de propiciar o conhecimento teórico em prática, dos experimentos, abordagens e linguagens referente ao processo de produção. Nessa vitrine circula filmes independentes que refletem os autores da arte cinematográfica brasileira formando novas platéias audiovisuais.

A SEDA também pensa nos shows e espetáculos “à parte” que integram a programação. A Valorização do teatro e da música com apresentações próprias somados à feirinha comercial alternativa atraem o público mais variado e que consome a cultura local, como um todo. Esse ano, uma das bandas que mais cresceu com as trocas entre o Circuito fora do Eixo no cenário musical, volta aos palcos cuiabanos através da SEDA. Los Porongas é do Acre – Rio Branco e se formou passando por terras cuiabanas há dois anos. Hoje retorna com seu talento musical e mostrando o poder da articulação em rede na potencialização de bandas autorais. O 4º pacotinho de seda tá irresistível e ainda integra shows e eventos de outros grupos na sua programação, como a Quinta Metal Free, com a banda Antidemon de São Paulo. O 4º pacotinho conta ainda com o espetáculo de Tati Baracati – personagem popular cuiabano ácido e inteligente e as bandas do cenário musical local como Linha Dura (hip hop) e Ebinho (erudito). Diversidade sem fim.

A 3º SEDA conta ainda com a maior cobertura independente local representada pelo MIC – Mídias integradas cuiabanas que vêm realizando coberturas ímpar sobre as produções locais, difundindo conteúdos diversos da cena alternativa. Utilizando de todas as ferramentas de comunicação de maneira alternativa, o MIC cumpre o papel de uma comunicação social responsável e ativa, atuando no desenvolvimento conceitual das produções culturais.

Focada na intensidade do processo cultural a SEDA não hesita em elaborar seus pacotinhos integrando a diveridade cultural unida numa rede de ações que a torna legítima enquanto uma “onda” pega pela cultura audiovisual do país. Que venham as próximas!

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